A excitação na porta do hotel onde o Cobra Starship está hospedado em São Paulo, por conta das fãs da atração principal da turnê, Justin Bieber, é parecida com a que costumava causar uma banda de Liverpool cinco décadas atrás. O grupo novaiorquino que abre para Bieber tem outra curiosa relação com o tal grupo inglês que causava estas reações nos anos 60. A tecladista do Cobra Starship, Victoria Asher, é sobrinha de Jane Asher, a ex-namorada de Paul McCartney que serviu de inspiração para clássicos dos Beatles como “All My Loving”, “And I Love Her” e “Honey Pie”.
Victoria revela que a tia não costuma ouvir os clássicos da música pop que um dia inspirou. “Ela nunca fala sobre isso. Eles são britânicos, você sabe, frios”, comenta aos risos. Aos 27 anos, Vicky-T, como é conhecida pelos fãs do Cobra Starship, tem mais uma história diferente para contar. Quando tinha apenas oito anos, Vicky participou de um álbum de natal do músico Neil Diamond. “Foi para um especial do HBO, eu estava vestida no meu uniforme do colégio, cantando perto do Neil Diamond”, relembra.
Antes de formar o Cobra Starship, o vocalista Gabe foi membro da banda punk Midtown. Com o fim desta, decidiu criar seu novo grupo. O primeiro a ser recrutado foi o guitarrista Ryland Blackinton. A ele se juntaram o baixista Alex Suarez, o baterista Nate Novarro e Victoria Asher, que substituiu Elisa Schwartz em 2007. Em 2009 o Cobra Starship lançou Hot Mess, terceiro álbum de sua carreira. O disco atingiu a 4ª posição no Billboard 200 e abriu as portas para que a banda fizesse turnês internacionais.
Agora acompanhando o fenômeno Bieber, os americanos divulgam seu novo trabalho, Nightshades, lançado em agosto deste ano. O álbum segue a linha de músicas dançantes do Cobra Starship, mas há um fundo emocional e uma história de amor por trás das animadas canções. “Acho que esse disco tem mais amor do que todas as nossas outras canções juntas, há algo ali um pouco mais honesto e sentimental, mas ao mesmo tempo também tem a vibe de festa de nossos outros discos”, comenta Gabe. Questionado se a história romântica que originou Nightshades é real, Gabe é direto em assumir ser o personagem principal das músicas que escreve: “Eu meio que destruí toda minha relação de cinco anos. E eu estava realmente triste e tinha que lidar com isso."
Se o companheiro de turnê chama mais atenção, também apresenta o Cobra Starship a uma grande e jovem plateia. E do alto de seus 31 anos, Gabe não tem problemas em exaltar a qualidade do público infanto-juvenil: “Eu sempre achei que a música realmente importa quando você é muito novo, porque é quando está animado com tudo, antes de se tornar fatigado. Há uma excitação em ver uma banda nova, em estar aqui”.
A banda se apresentou no Rio de Janeiro na última quarta e quinta-feira, e agora chega a São Paulo para shows hoje e amanhã. O encerramento da turnê acontece em Porto Alegre, na segunda-feira, e o guitarrista Ryland Blackinton mostra que a banda já parece ter percebido o fanatismo do público brasileiro: “Eles são ótimos. Os fãs brasileiros são... Não sei se você viu alguns deles lá fora... Muito cheios de vida, muito excitados. Alta energia!”
Fonte: Billboard
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